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terça-feira, 8 de maio de 2012

Raio X Cariri das Margens (Parte 1)

Esta é a primeira postagem de uma série de matérias que retratam na minha visão, os aspectos socioculturais da região do Cariri, com foco nas cidades de Crato e Juazeiro do Norte, tentarei expor minha visão sobre as mudanças comportamentais, os períodos cíclicos das "eras" enfáticas de criação artística, das efemeridades dos costumes e o resgate dos clássicos populares pela revalorização por parte das novas gerações.

Foto: Allan Bastos
Introdução

O que acontece agora no Cariri? Uns chamam de fase, outros de modinha ou qualquer outra sentença que remeta à efemeridade daquilo que se desenrola.
Eu vejo algo maior. Bem maior. Assim como foi dito pela cordelista Josenir Lacerda, em entrevista para o documentário “Crato” (2008) da Professora Virgínia Soares, ela fez uma feliz comparação com a situação do povo cratense em relação ao que se produzia aqui, e a forma como nós que estamos inseridos dentro deste contexto não conseguimos enxergar isso. Segundo ela nós estamos nos olhando diante de um espelho, mas não conseguimos nos enxergar por completo por que precisamos tomar a distância exata para isso, e eu concordo com sua fala ao ponto que muitas vezes é necessário que venha alguém de fora e exclame “Que legal isso que vocês fazem aqui!” para que nós mesmos despertemos nosso olhar para o quão grandioso é o período de efervescência cultural que estamos passando.
            Assim como foram significativas as manifestações das décadas de 70 e 80 com os festivais de música, os Salões de Outubro e o surgimento de locais de diversão ditos subversivos que perduraram até as décadas de noventa e anos dois mil, essa nova geração já está escrevendo seus próprios capítulos nessa história. Provando que esta gama de artistas do passado deixou um legado que está sendo seguido a altura.
            É flagrante a quantidade de manifestações artísticas que passaram a figurar no Cariri nos últimos 6 ou 7 anos, desde iniciativas mais individualistas partindo de apreciadores da arte urbana do graffit, que chega aqui junto com o boom do Skate e o Hip-hop, que de certa forma vem abrir portas no que diz respeito à mudança e criação de novos conceitos para formas de arte, até o surgimento dos atuais coletivos como o Camaradas, Café com Gelo, Xicra e O Bando. 

Texto: Alexandre Macêdo

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