Esta é a primeira postagem de uma série de matérias que retratam na minha visão, os aspectos socioculturais da região do Cariri, com foco nas cidades de Crato e Juazeiro do Norte, tentarei expor minha visão sobre as mudanças comportamentais, os períodos cíclicos das "eras" enfáticas de criação artística, das efemeridades dos costumes e o resgate dos clássicos populares pela revalorização por parte das novas gerações.
Foto: Allan Bastos |
Introdução
O que acontece
agora no Cariri? Uns chamam de fase, outros de modinha ou qualquer outra
sentença que remeta à efemeridade daquilo que se desenrola.
Eu vejo algo
maior. Bem maior. Assim como foi dito pela cordelista Josenir Lacerda, em
entrevista para o documentário “Crato” (2008) da Professora Virgínia Soares, ela fez
uma feliz comparação com a situação do povo cratense em relação ao que se
produzia aqui, e a forma como nós que estamos inseridos dentro deste contexto
não conseguimos enxergar isso. Segundo ela nós estamos nos olhando diante de um
espelho, mas não conseguimos nos enxergar por completo por que precisamos tomar
a distância exata para isso, e eu concordo com sua fala ao ponto que muitas
vezes é necessário que venha alguém de fora e exclame “Que legal isso que vocês
fazem aqui!” para que nós mesmos despertemos nosso olhar para o quão grandioso
é o período de efervescência cultural que estamos passando.
Assim
como foram significativas as manifestações das décadas de 70 e 80 com os
festivais de música, os Salões de Outubro e o surgimento de locais de diversão
ditos subversivos que perduraram até as décadas de noventa e anos dois mil,
essa nova geração já está escrevendo seus próprios capítulos nessa história.
Provando que esta gama de artistas do passado deixou um legado que está sendo
seguido a altura.
É
flagrante a quantidade de manifestações artísticas que passaram a figurar no
Cariri nos últimos 6 ou 7 anos, desde iniciativas mais individualistas partindo
de apreciadores da arte urbana do graffit, que chega aqui junto com o boom do Skate e o Hip-hop, que de certa
forma vem abrir portas no que diz respeito à mudança e criação de novos
conceitos para formas de arte, até o surgimento dos atuais coletivos como o Camaradas, Café com Gelo, Xicra e O Bando.
Texto: Alexandre Macêdo
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