Mostra 21 - Cinemaratona no Cariri

Após alguns anos de molho, a Mostra 21 de cinema voltará a acontecer para a felicidade dos cinéfilos de plantão. Desta vez o evento ganhará maiores proporções. A mostra que já teve 3 edições (todas no SESC Crato) agora contará com mais duas salas de exibição, Teatro Patativa do Assaré no SESC Juazeiro e CCBNB. Como de costume, serão 21 dias ininterruptos de exibição de filmes que em sua maioria estão fora do circuito comercial de cinema. Desta vez serão 42 filmes em duas sessões diárias, que possibilitarão não só um contato com produções cinematográficas de todo o mundo – que servirá para desconstruir nosso olhar doutrinado para produções exclusivamente hollywoodianas – como também será distribuído material gráfico voltado para a educação do indivíduo no que diz respeito aos seus direitos e deveres enquanto espectador de cinema.  As sessões são sempre seguidas de debates críticos que abordam deste a conjuntura estética às aspirações ideológicas do filme. Enfim são discussões abertas e ganham rumos inesperados a partir das impressões do público.

Os moldes desta nova Mostra 21 foram definidos ontem (27) em reunião com Elvis Pinheiro - Curador e Mediador da Mostra 21 – Janaína Guedes, Antônio Queiroz e Leni Falcão. ( Coordenadores de cultura do SESC Crato, Juazeiro e CCBNB respectivamente)

A nova mostra já têm data marcada, será de 9 a 29 de janeiro e as sessões são inteiramente gratuitas. A programação completa com a lista dos 42 filmes deve sair em breve, e será divulgada em primeira mão aqui no Suco de Galinha.

Ermano Morais - "NOVE SUMANAS E MEIA DE XAMÊGO"

 Aí vai uma divertida poesia matuta de autoria do meu amigo Ermano Morais. Grande artista, que apesar de não ter nascido aqui, é motivo de orgulho para nós caririenses! Além de poeta, Ermano é compositor e intérprete. Quem nunca foi num forró pé-de-serra com Ermano ainda não tirou a catinga do mijo. (rsrs)
A poesia abaixo é uma criação que satiriza de forma bem humorada o título do filme "Nove semanas e meia de amor". Divirtam-se.


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 NOVE SUMANAS E MEIA DE XAMÊGO
(UMA ODISSEIA NO MÊI DOS MATO)

FORAM NOVE SUMANAS E MEIA
DE XAMEGO POR DENTRO DOS MATO
NÓS JUNTIM QUE NEM DOIS CARRAPATO
UM FAZENDO DO OUTRO UM CEIA
UM DO OUTRO SE SENDO CADEIA
VENDO O SOL SE NASCENDO REDONDO
SE CRESCENDO E ADISPOIS IR SE PONDO
TALIQUÁ FUNCIONÁRIO PADRÃO
SEM ATRASO BATENDO CARTÃO
NUM SILÊNCIO QUE É QUAGE UM ESTRONDO

FORAM NOVE SUMANAS E TANTO
DE QUERÊNCIAS DAS MAIS VERMINOSA
DE BEIJANÇAS DAS MAIS SABOROSA
DE GOSTANÇAS QUE INTÉ CAUSA ESPANTO
NÃO LEMBREMO SE QUER DE UM SANTO
POIS SE INTÉ DE DRUMÍ SE ESQUECEMO
SÓ GEMENDO NÓS DOIS NEM REZEMO
E POR CONTA DAS NOSSA ARISIA
NOSSA HITÓRIA FINDOU NUM MEI-DIA
DERNA ENTÃO NÓS NUNCA MAIS SE AMEMO

FORAM NOVE SUMANAS E PÔCO
QUE VALEU PELAS VIDA INTEIRA
FORAM NOVE SUMANAS FESTEIRA
E INS DIÍNHA MIÚDO DE TROCO
HOJE EU TÔ FEITO UM CABORÉ CHÔCO
COM SAUDADE DAS BULINAÇÃO
QUANDO EU MALINAVA COM A MÃO
AS GAVETA DENTRO DO VESTIDO
DONDE UM PORTA JÓIA MEXIDO
ME AGUARDAVA PRAS FUTUCAÇÃO

FORAM NOVE SUMANAS CURRIDA
E UNS CAROÇO DE DIA LIGEIRO
QUE BASTOU PREU GUARDAR DELA O CHEIRO
NUM FRASQUIM QUE PERFUMA MINHA VIDA
FORAM NOVE SUMANAS VIVIDA
E UNS MERCADO DE DIA AMOROSO
QUE FIZERAM DE MIM UM MANHOSO
PREGUIÇOSO E TAMBÉM MARAJÁ
TENDO AS COISA SEM NEM TRABALHAR
NESSES TACO DE TEMPO OCIOSO

FORAM TANTAS BRINCANÇA ENXERIDA
NESSAS NOVES E MEIA SUMANA
AREJADOS AO VENTO QUE ESPANA
O SUOR DAS PAISAGEM CHUVIDA
DAS PAISAGEM DAS PERNAS MOÍDA
DAS CANSEIRA DOS VAI E DOS VEM
EU CANÁRIO BICANDO O XERÉM
DA CANÁRIA POR MIM COBIÇADA
NÓS DOIS VENDO A TRISTEZA LEVADA
PRA BEM LONGE COM TUDO QUE É TREM

NESSAS NOVE SUMANAS E MEIA
NÓS BROQUEMO TAREFAS DE DOR
NÓS PLANTEMO SEMENTES DE AMOR
NÓS COLHEMOS AS LUZ DAS CANDEIA
DERRUBEMO DO CÉU LUA CHEIA
PRA NA TERRA SERVIR DE ABAJÚ
CLAREANDO NAS NOITE NÓS NU
DOIS COTÔCO DE BICHOS SELVAGE
PARECENDO INTÉ MESMO VISAGE
OU ROMANCE DE DOIS URUBÚ

DE QUEBRANÇA DAQUELAS QUE INFLAMA
FORAM NOVE SUMANAS E MEIA
DE ARENGAGEM GOSTOSA E DE PEIA
NOS CAPIM QUE SERVIA DE CAMA
FORAM DIAS COBERTO DE CHAMA
FORAM DIAS DE TANTOS DESEJO
QUE INDA HOJE EU TRAGO OS SOBEJO
DAS LAMBRANÇA DAS HORA VADIA
EM QUE EU NAS BEIJANÇA BEBIA
A GARAPA DOS ÚLTIMOS BEIJO

"DE REPENTE NUM REPENTE
FEITO CHAVE E FECHADURA
MAS SEM CONTER A FUNDURA
DO ACHADO POPULAR
PODE SER QUE O DOCE-LAR
DO TEU CORAÇÃO-BAINHA
SENDO DA MESMA FARINHA
DOS SACOS DE MÊI DE FEIRA
SE ABRA À FACA-PEIXADA
E CERTEIRA DO MEU CANTAR"

Sr. Turíbio e a cadela Paquita do Crato no Programa do Faustão

Seu Turíbio é do tipo de pessoa que podia muito bem ser comparado à 'camponesa de nobre coração que vai todos os dias ao bosque recolher lenha' do seriado Chapolin! Esse abençoado, depois de ser desacreditado por todos os veterinários os quais ele levou a cadela Paquita, resolveu lutar pela vida do seu mascote, invés de sacrificar o mesmo como havia sido recomendado pelos monst... opa, digo médicos. A cadelinha que não tem o movimento dos membros anteriores chama atenção por onde passa com a sua cadeirinha de rodas feita artesanalmente pelo seu dono. Quem bom que ainda existem pessoas de tão boa índole! Salve Sr. Turíbio. Essa é mais uma pra galeria "Só no Crato mesmo".

The Anicetles

Foto histórica da centenária Banda Cabaçal dos Irmãos Anicetos (Crato-Ce) tirada em Portugal, durante a Mostra SESC Luso-Brasileira, citando a conhecida capa do disco Abbey Road dos eternos 'Beatos' de Liverpool. Infelizmente não posso creditar a foto pois não sei quem a fez, mas mesmo assim parabéns ao dono do clique pela pérola. Salve mestres!

Lambada gaúcha ou “Aerocoito”, a dança do taca o ‘bicho’ nele!

O ato de dançar sempre foi, desde os seus primórdios, um ato em que nele estava implícito o caráter sensual e demonstrava nas entrelinhas o desejo oculto e primário da cópula entre seus praticantes. Isso é biologicamente comprovado, é um comportamento não-consciente, impulsionado pela necessidade vital de perpetuarmos nossos genes. E segundo o evolucionista Richard Dawkins, em seu livro “O gene egoísta” (1976) qualquer coisa que façamos, desde comprar um carro ao ato de escolher determinada roupa para sair, no fundo no fundo, estamos sendo impulsionados pelo fundamento básico da vida. Se reproduzir!

Voltando à dança, temos abaixo um exemplo contemporâneo da sultieza no que diz respeito ao ato sexual reprimido que existe no bailado. Esta Kama Sutra musical é, antes de tudo, uma manifestação biológica natural apropriada para prática em lugares públicos, como por exemplo; um motel! Divirtam-se: