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terça-feira, 5 de julho de 2011

Aqui também tem!


“Uma terra pulsante”; “Pára-raios de Maluco”; “Torrão adorado”. Seja lá como você já tenha ouvido falar na região do Cariri. O lugar em questão é esse mesmo, um conjunto de cidades no sul do Ceará que encanta a todos que as visita, menos aos que aqui vivem. (Vão perdoando as generalizações) Não pretendo entrar em polêmicas quanto a isso. Na verdade quero falar sobre os talentos que essa terra “esconde”, e fecha os olhos para seus próprios artistas. E não são poucos! Música, poesia, artes visuais, fotografia, cultura popular... Poderia passar horas citando nomes. Mas por aqui ainda reina o velho pensamento provinciano “O que é de fora é melhor”. Mas vamos ao que interessa. Aqui me proponho a tentar divulgar os talentos que a grande maioria da população caririense não vê, não pode ver ou não quer ver!

Primeiramente apresento-lhes  uma Poesia bastante forte de Pirose Carneiro, retratando uma triste mazela social que infelizmente já é realidade por aqui também.


A DIALÉTICA DA PEDRA 
OU 
A IDADE DA PEDRA QUEIMADA
 (Pirose Carneiro)

Os homens conheceram
No tempo e no espaço
As duas idades da pedra
A idade da pedra lascada
E a idade da pedra polida
                          Apresento-lhes porém                           
A terceira idade,
A idade da pedra queimada
A mais perigosa de todas
A sedução da contemporaneidade
O que acelera o passo, a moto e o carro
Na busca brutal do prazer
A que produz o sexo grande e pequeno
O velho entra e sai
Só que agora por um preço mais barato
No sistema em que nos encontramos 
Tudo pode se tornar mercadoria
Inclusive o corpo
Só que na idade da pedra queimada
Toda mercadoria perde o valor
Inclusive o corpo
É uma verdadeira quebra da bolsa
Não na de valores de New York
Mas na da mãe, do pai, do vizinho
Estamos numa época de metamorfose
É a indústria dos novos seres
Seres sub-humanos, sub-gente, quase bichos
E tem muita gente aderindo a essa forma esquelética
Tem muita gente morrendo que nem passarinho
Isto é: de pedrada.

Informações do autor:
 O poeta Pirose Carneiro, nasceu em Xinguara – PA no ano de 1978. Aos 6 anos foi morar em Imperatriz no Maranhão onde passou sua adolescência. Aos 18 anos emigrou com a família para Goiânia-GO onde terminou o curso técnico de contabilidade, não ingressou no ramo contábil e em 1998 insatisfeito com a vida familiar, decidiu ir embora para o Rio de Janeiro, chegando na cidade maravilhosa, juntou-se com alguns artistas de rua e começou a desenvolver trabalhos manuais, tomado pela euforia cultural da Lapa, Ilha Grande e região dos lagos, começou a desabrochar suas primeiras poesias, suas maiores inspirações foram os poetas Arthur Rimbaud, Fernando Pessoa, a literatura clássica brasileira tendo em maior relevo a obra de Machado de Assis e os filósofos Nietzsche e Voltaire. Como percebe-se, andarilho nato, viajou pelo Brasil levando e absorvendo a multiculturalidade buscando edificar o indivíduo no potencial daquilo que Nietzsche denominou como super-homem. 

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Outro grande artista nosso se chama Ricardo de Campos. Exímio ilustrador, Ricardo já expôs este ano na galeria de artes do SESC Crato e atualmente está na galeria do SESC Juazeiro com a exposição Guardanapos. Abaixo, alguns aperitivos do seu trabalho. Para ver a exposição completa, levante a bunda dessa cadeira e corra!
(Clique nas imagens para aumentá-las)




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